
Primo Tedesco: Produção verticalizada é diferencial da indústria
- Posted by sabrina
- On setembro 9, 2013
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- Primo Tedesco, Resgate histórico, textos Sabrina Domingos
(Resgate histórico de nossas pautas – por Sabrina Domingos)
Fpolis/ Caçador, maio de 2012.
Com mais de 70 anos de tradição na fabricação de papel e celulose, o Grupo Tedesco é referência por integrar e controlar toda a cadeira produtiva, desde a geração de energia e o plantio das árvores até a venda do produto final customizado ao cliente
O que hoje é um grande grupo de empresas formado por indústrias de celulose, papel, embalagens e sacos industriais, iniciou na década de 1930 quando o visionário Primo Tedesco chegou a Caçador e instalou uma fábrica pioneira na produção de pasta mecânica (um tipo de celulose), movida por uma turbina instalada no Rio do Peixe. Com o mesmo nome do empresário, a Primo Tedesco S/A foi fundada oficialmente em 1939 e conta atualmente com três unidades industriais (Papel e Celulose e Sacos Industriais, em Caçador/SC; Embalagens e Papelão Ondulado, em Canoas/RS), dois escritórios comerciais (São Paulo e Porto Alegre) e mais de 900 colaboradores diretos e 1,2 mil indiretos.
Com parques fabris que somam 500 mil m² de área total, a produção anual ultrapassa as 7 mil toneladas de papel e 10 milhões de embalagens de papelão, que são fornecidos para todas as regiões do Brasil e exportados para Mercosul, Estados Unidos e Europa. Para chegar neste nível de reconhecimento, a empresa contou com a iniciativa do proprietário, Primo Tedesco que, na década de 1950, tornou-se o primeiro reflorestador da região e recebeu o título de Comendador da Ordem da Árvore. Numa época em que as matas eram derrubadas e não havia uma forte preocupação com a preservação ambiental, Tedesco pensou à frente e, ao cultivar suas próprias florestas, criou a base para a integração das atividades na fabricação de papel.
A sustentabilidade também foi buscada com a produção de energia própria. São quatro pequenas centrais hidrelétricas que geram 7MW. Uma nova usina que está em planejamento irá fornecer 30MW de energia, o suficiente para abastecer todos os processos industriais e disponibilizar o excedente de volta na rede elétrica.
Por reunir e dominar os vários processos envolvidos em todos os segmentos de celulose, papel e embalagens, a Primo Tedesco se destaca como uma empresa verticalizada, o que garante mais segurança e confiança ao mercado. “A autossuficiência em recursos é um fator determinante para concorrência, pois evita que a empresa seja atingida por oscilações de preços das matérias-primas ou com crises energéticas”, avalia Julio Tedesco, presidente do grupo e neto do fundador.
A indústria caminha para gerar toda a energia consumida nas fábricas e utiliza de plantio próprio 70% das árvores necessárias para a produção de papel e celulose. As mudas são cultivadas no viveiro da empresa e plantadas em fazendas da região, que somam 16 mil hectares. Passam-se, no mínimo, oito anos até os Pinus estarem maduros o suficiente para o corte e uso na indústria.
Da madeira plantada surgem diversos tipos de papel como o Kraft e o Sack Kraft, utilizados na confecção de embalagens papelão ondulado e sacos industriais. Até chegar neste estágio, as árvores passam por uma série de maquinas como a descascadora e a trituradora, que reduz os troncos a pedaços de cerca de cinco centímetros, chamados chips. Depois de misturados a produtos químicos e cozidos a altas temperaturas e pressões, estes chips liberam a lignina e viram uma pasta de celulose, que é refinada em máquinas especiais e segue para a produção de papel. Nesta etapa, a massa passa por uma sequencia de rolos com processos de vácuo, pressão mecânica e aquecimento, para então se formar bobinas de papel, que seguem para fábricas de papelão ou sacos industriais.
Visão ecológica
Para garantir a excelência de todo o processo e cumprir com os padrões ambientais, exigidos tanto pela legislação quanto pelos clientes, a Primo Tedesco tem um cuidado minucioso com todos os materiais utilizados e descartados na indústria. Um reservatório recebe os 400 m³ de resíduos gerados por hora em todo o processo de fabricação. Neste tanque, os efluentes são tratados e parte da água limpa é devolvida ao Rio do Peixe. A outra parte é incluída novamente nos processos da indústria. “Tudo o que resta da produção é reaproveitado de alguma forma: o lodo resultante do tratamento de efluentes volta para queimar na caldeira de celulose; as fibras que sobraram no tanque são separadas e reenviadas para as máquinas. Além disso, queimamos as cascas da madeira para a geração de biomassa e fechamos o ciclo com produção zero de resíduos”, explica o presidente.
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